BIBLIOFILIA - II

 DE ONDE VEM A PALAVRA “SEBO”?

Existem algumas versões a respeito, uma delas diz que no tempo em que não havia luz elétrica as
pessoas liam à luz de velas. As velas, naquele tempo, eram feitas de gordura, de sebo. Con­forme iam derretendo, acabavam sujan­do os livros, que ficavam engor­durados. Outros dizem que os estudantes e leitores vorazes por irem a todos os lugares com um livro embaixo do braço acabavam por torná-lo sujo, en­sebado. Por isso, os alfarrabistas, vendedores de livros velhos, ficaram conhecidos no Brasil como caga-sebos, e com o tempo a livraria que negocia usados ganhou o nome de sebo, que não era lá muito elogioso. Dizem que um livreiro de Pernambuco foi o pri­mei­ro a assumir esse nome e colocá-lo na porta de entrada da sua livraria, nos anos 50.

Uma outra versão foi defendida por Silveira Bueno (Grande Dicionário Etimológico Prosódico da Língua Portuguesa), que classifica: “Do particípio pre­sente ‘sapiente’ se fizeram várias derivadas: ‘sabença’ (‘sapientia’), ‘sa­bente’ e desta forma ‘sabentar-se’ em espanhol, ‘asabentar’ em provençal, ca­ta­lão, correspon­dendo ao italiano ‘in­saventire’, tornar-se sábio, eruditar-se, instruir-se, donde o português arcaico ‘as­­sabentar’, ‘sabentar’. Desta forma ver­bal saiu ‘sabenta’, a apostila, o con­junto de lições, expli­cações de aula. Houve assi­milação de ‘a’ e ‘e’ (‘sebenta’) já sob a in­fluência do adjetivo ‘sebento’, ‘se­benta’. Assim, ‘sebenta’ nada tem a ver com ‘se­ben­ta’ de sebo, mas queria dizer: a obra, a coleção de notas de classe que tornava o estudante mais preparado, mais sábio.”

(Fonte: www.bazardaspalavras.com.br)


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