sexta-feira, 9 de abril de 2021

O poder total do Governo Mundial

 
Rotuladas como Illuminati, as sociedades secretas e as elites dirigentes detém um vasto poder de manobrar a história e moldar o futuro conforme os seus planos.

Texto de Cláudio Suenaga, extraído do livro Illuminati — A Genealogia do Mal

Nos últimos séculos, centenas de autores têm procurado aler­tar que os principais acontecimentos históricos não são meramente uma sucessão de acasos ou decorrentes da espontaneidade de seus agentes, ou que o curso natural de eventos mundiais não são con­sequên­cias de forças políticas conhecidas e de eventos in­controláveis e fortuitos, mas produtos de maquinações articuladas por uma Elite que opera por trás dos partidos políticos, dos movimentos revolucionários, das ideologias totalitárias, das religiões e todo o sistema econômico, decidindo o destino da humanidade à nossa revelia e imbuída de propósitos tão estarrecedores que soam inacreditáveis.


Não obstante, para a esmagadora maioria da população, da nata intelectual, do esta­blishment científico-acadêmico e dos formadores de opinião, soa ingênuo, para não dizer absurdo, raciocinar com a hipótese da existência de um plano equânime e coordenado que requer séculos para apresentar resultados práticos e efetivos e modificar por completo o quadro político mundial. Uma trama desse tipo, pensam eles, não comportaria a imensa variedade de interesses e objetivos dos agentes históricos envolvidos nem se enquadraria na temporalidade dos fatos. Ainda que o movimento comunista atue em vista de uma sedimentação futura, é bem visível que não desperdiça as oportunidades oferecidas pelos rumos que assumem os movimentos sociais ou religiosos e não deixa de aproveitar as brechas ocasionais que se abrem nas estruturas para infiltrar a sua ideologia e alargar os flancos, sobretudo nas camadas mais pobres das populações urbana e rural. Os investimentos são relativamente baixos nesses casos e os frutos, ou seja, a capitalização de dividendos políticos, compen­sadores em curto prazo. 

Os “teóricos da conspiração”, como são pejorativamente chamados, de fato falham ao tentar explicar por que se as sociedades secretas e as elites dirigentes detém um tão vasto poder de manobrar a história e moldar o futuro conforme os seus planos, acumulam tantos fracassos e enganos. Por que o projeto de governo mundial precisa de séculos de trabalho e preparação para ser finalmente implantado?  Certamente porque o mundo não funciona dentro da lógica e da continuidade que imaginam, porque as possibilidades de mundos possíveis não se reduzem a apenas um, porque para­digmas mudam sem contrafações, porque, a cada dia, o homem se encontra diante da tarefa cansativa de escolher entre valores e objetivos intercambiáveis que se movem no tempo e não estão todos no mesmo plano. 

As teorias conspiratórias servem tanto para dar impulso à nossa propensão em chegar à “verdade real” (a estrutura profunda), além da “mera aparência” (estrutura superficial), como para dar vazão a nossas hostilidades reprimidas, oferecendo a ilusão de que o mundo que nos rodeia é pleno de sentido, mundo esse que deve render-se à nossa própria imagem. À medida que os agentes históricos são concatenados aos acontecimentos e descritos caracteristicamente como gananciosos, ardilosos, trapaceadores, belicosos, destruidores e passíveis de destruição, entrevemos um padrão delineado por um enredo consistente e a possibilidade de adentrar por um caminho simples e preciso: o do bem contra o mal, uma simplificação que enaltece e que funciona. A indisso­cia­bilidade entre religiões, seitas, discos voadores e teo­rias conspiratórias talvez se deva ao fato de compartilharem o mesmo tipo de paradoxo e a mesma natureza intrinsecamente estrutural: reais e palpáveis e intangíveis ao mesmo tempo.


A interferência de forças não facilmente identi­fi­cáveis representa, justamente, um dos pontos delicados de qualquer estudo com o propósito de rede­senhar o panorama político nos últimos decênios. Com efeito, não tem escapado ao observador mais atento evidências seguras da atuação de estranhos mecanismos na sustentação do novo quadro que vai se delineando a partir da extraordinária influência que passaram a exercer certos grupos, organismos e fundações. Não se pode, evidentemente, subestimar a velocidade e as características peculiares com que se operam as súbitas transformações, nem tampouco duvidar quanto à ingerência de um fator acelerador em todo o processo. Vista a questão dessa perspectiva, é natural que surjam indagações a respeito da procedência das forças que as promovem, das vantagens que procuram obter e de seus reais objetivos. 

Por trás dos governos que se sucedem, há sempre a permanência de certas forças, de certos princípios; uma estabilidade como esta só pode ser mantida por poderes ocultos que, de fato, agem nos bastidores. Mudanças de nomes, partidos ou rótulos nada significam, não passam de me­ra aparência, e as massas inermes se satisfazem com um pouco de felicidade a troco do que concedem toda a autoridade para que lhes tirem a liberdade sob o disfarce da democracia. 

A base desse controle sempre foi a mesma, isto é, a de manter as pessoas em estado de ignorância, medo, confusão e guerra constante contra elas mesmas. A razão de a humanidade ser controlada é porque a maioria delega a responsabilidade por seus destinos aos “iluminados” que estão no alto, esperando que as soluções para seus problemas venham deles, quando muitos desses problemas foram criados por esses mesmos “iluminados”, que por sua vez alegam que para atender a esta exigência necessitam de mais poder, que acaba por se concentrar e se centralizar cada vez mais nas mãos deles. É a velha tática revolucionária de criar o caos e oferecer uma maneira para restabelecer a ordem. Aqueles que têm usado este método para controlar a humanidade nos últimos séculos, rezam na mesma cartilha e seguem a mesma agenda de longo prazo que aos poucos vai alcançando seu ponto culminante. Em contraponto, maior será a força espiritual exigida para a heroica aventura da alma que é o de preservar a autonomia da consciência individual. 

Sem que se possa formar um quadro suficientemente exato da situação e tampouco identificar cabalmente as “forças invisíveis” que decidem o nosso destino, por comodismo costuma-se simplesmente estigmatizar como “teorias da conspiração” tudo aquilo que é derivado dessas redes de conexões, que assim camufladas podem continuar cons­truin­do a verdade à medida de suas conveniências e agindo livremente como se não existissem e fossem apenas produtos de mentes por demais sugestio­náveis, imaginativas e paranoicas. Não obstante, essas redes de conexões são bem conhecidas e estão escalo­nadas em uma pirâmide, no topo da qual se encontram as dinastias, fundações, empresas e instituições financeiras mais ricas, poderosas e influentes do planeta, patrocinadoras de movimentos revolucionários e ali­men­tadoras da visão global de controle totalitário. 

Tudo isso seria claro como um dia­mante se não estivéssemos imersos numa realidade em que não entender nada chega a ser uma demonstração de inteligência. Muitos continuam buscando refúgio em religiões tradicionais decadentes e enfra­que­cidas em sua autoridade moral e espiritual, em seitas místicas e esotéricas desvairadas ou em ideologias há muito superadas que já mostraram sua ineficácia e sanha genocida; outros se entregam ao niilismo, ao hedonismo ou procuram pana­ceias simplis­tas e reconfortantes para fugir à responsabilidade; outros ainda se tornam meramente cínicos e mate­ria­listas, proclamando sua devoção ao dinheiro e ao consumo; muitos se encontram simplesmente exaustos e desistiram de qualquer tentativa de ação. Ou seja, enquanto muitos persistem em comportamentos atávicos que só os levam a se perderem e a suas próprias identidades a ponto de não se reconhecerem mais nelas, a desvios sectários perigosos, à aceitação da destruição da verdadeira comunidade humana e da ordem natural, à renúncia da própria civilização, muita coisa aconteceu no mundo que escapa totalmente às suas compreensões e aos seus acanhados horizontes de visão. A principal é a de que a implantação de um governo totalitário mundial, destinado a controlar a vida de tudo e todos, está em pleno andamento. 

Na presente situação em que se encontra o mundo pós-moderno, não há mais como duvidar que os acontecimentos estão sendo dirigidos por um poder acima dos governos, um poder que comanda o destino das nações e da humanidade como um todo. O pesadelo futurista de ficções como 1984 e Brave New World (Admirável Mundo Novo) está se consumando diante de nossos olhos e, tal como o previsto, nos encaminhando para uma forma disfarçada de totalitarismo. Somos o tempo todo vigiados por câmeras de segurança e rastreados por dispositivos de localização e coleta de dados. A microchipagem da população já está sendo sugerida, e em muitos casos, em marcha. As crises se aprofundam, os problemas se tornam cada vez mais graves, complexos e de difícil solução, e nenhuma luz – a não ser a dos Illu­minati – parece brilhar no horizonte. Pelo contrário, tudo indica uma agudização desse processo aparentemente caótico – expresso no lema franco-maçom Ordo ab chao (“Ordem que vêm do caos”) – que poderá terminar em algum tipo de catástrofe ou de solução miracu­losa. 

Expressões tais como “Nova Era”, “cons­ciên­cia eco­lógica”, “cidadania pla­netária”, “bio­diversi­dade”, “multicultura­lis­mo” e outras similares, estão na boca de todos os que os repetem sem cessar há pelo menos duas décadas, como parte do doutrinamento para a aceitação da Nova Ordem Mundial totalitária. Tal governo mundial que já foi plenamente instalado e controla a humanidade inteira – um exemplo notório disso é o colapso financeiro global do final de 2008 causado pelos banqueiros do grupo Bilderberg após enganar a classe média na Bolsa de Valores, implodir o mercado do crédito hipotecário de alto risco e destruir a confiança pública, gerando perdas da ordem de US$ 20 trilhões, milhões de desempregados e mergulhando o mundo na pior recessão desde a Grande Depressão – bem dian­te dos nossos olhos e de uma maneira nem mais sutil, mas hostil contra os que se dispõe a contrariá-lo até em aspectos mínimos porque “politicamente incorretos”, é o que o Apo­calipse prenunciou co­mo o “Reino do Anti­cristo”, sedutor e aparentemente correto para uma grande parcela da huma­ni­dade alienada, estupidi­ficada, lenien­te, amoral, cínica, corrupta e iludida em suas próprias paixões e pecados. E para obrigar todos a finalmente aderirem aos objetivos coli­mados desse novo governo ditatorial global, é que “causas do bem” foram inventadas, sendo uma delas a “questão ecológica”, pretexto para um sem número de “ações planetárias”.
 
A devastadora união dos interesses eco­nômicos e políticos das elites internacionais ocultas e do Movimento Nova Era fez surgir uma nova cultura mun­dial fundamentada em prin­cí­pios totalitários camufla­dos baseados na falsa alegação de que o excesso de consumo de energia e de re­cursos do planeta estaria ma­tando a Terra, a qual afir­mam ser um gigan­tesco organis­mo vivo (e cons­ciente!) chamado Gaia. E para que a “mãe na­tu­reza” não sofra mais, como se estivessem imbuí­dos das mais justas e nobres intenções, e é exatamente como soa, devemos reduzir drastica­men­te o consu­mo de bens e de re­cursos. Ora, a consequência desta estratégia que não passa de uma loucura utópica – já plenamente im­plantada –, saudada como a transição inevitável para uma nova sociedade planetária global e tribal onde todos viveriam em harmonia com Gaia, é nada me­nos do que a dilapidação das economias das nações e o desvio das propriedades e toda sorte de recursos materiais para a causa do governo mun­dial. 

Como as massas podem estar sendo tão infantilmente engana­das? Parte da resposta reside no poder sutil do gradualismo – os passos incrementais que funcio­nam como o proverbial sapo na panela com água sendo aquecida de forma bem lenta. Você se acos­tuma tanto com a mudança gra­dual que dificilmente percebe o próximo passo. 

A atual humanidade parece ter chegado à conclusão de que a natureza do homem é fonte de atos negativos cada vez mais impre­visíveis e que, por isso, o homem deve desconfiar de seus seme­lhantes, porque, conforme a sen­tença criada por Plauto (230 a.C.-180 a.C.) e popularizada por Hobbes (1588-1679), “o homem é o lobo do homem” (homo homi­nis lupus). Daí resulta que a atual humanidade tenha forjado um mundo em que cada um, com o desejo de alcançar a felicidade, pen­sa e crê que deve atingi-la impondo-se aos demais. Por isso, não é de se estranhar, num mun­do em que a expressão “luta pela vida” adquiriu uma conotação que jamais teve, que teorias cons­piratórias tenham cabimen­to e validade. 
Já não se trata da luta do ho­mem para dominar o seu habitat; trata-se, agora, lamentavel­men­­­te, da luta do homem para domi­nar o homem. Com esta concep­ção, a humanidade atual esta­bele­ceu suas regras para alcan­çar, para­doxalmente, a fe­li­ci­dade, a qual nunca esteve tão longe de alcançá-la. Empe­nhada nessa lu­ta fratri­cida de que está conven­cida, só chega a atingir meios incipientes para sobre­viver, se tanto, biologica­mente, reduzida a instintos pri­mários e esvaziada de propó­sitos mais nobres. Descon­fiada de si mesma, a humanidade atual é uma humanidade deses­perada, egoís­ta, sombria e vio­lenta que, apesar de temer a morte – adiada o máximo mediante o apelo a todos os recursos da medicina e da engenharia genética –, gera a morte.  


Illuminati — A Genealogia do Mal
Cláudio Suenaga

Brochura, 227 páginas, formato 14 x 21 cm.

Pedidos:
jornalivros@gmail.com

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